The Gathering?

O que é The Gathering? Um disco do Testament? O subtítulo de um famoso cardgame? Nada disso. Trata-se de uma banda holandesa, originalmente de heavy metal. Difícil de acreditar nisso, pois mais me parece uma banda de tendências progressivas. Mas eu peguei essa história pelo final. Quer dizer… a banda não acabou, mas comecei justamente pela carreira pós-Gathering da vocalista Anneke van Giersbergen (que gracinha!), quando ela tocou no Posto 8 com sua banda, Agua de Annique.

Vocês nunca ouviram falar desses nomes? Eu também não teria, se não fosse o Alexandre um grande fã. E lá fui eu acompanhá-lo ao show da Anneke. De fato, o dna metaleiro estava na platéia: pessoas de preto, alguns com ar gótico, muitos cabeludos, camisas de heavy metal etc. Aí a banda começa a tocar: um som relaxante, uma voz divina, que sai fácil, além de grande simpatia. O que tem de heavy metal nisso?

Do álbum do Agua de Annique, Air, parti pro DVD do The Gathering em Santiago, A Noise Severe. Praticamente o mesmo som que havia escutado naquela noite em Ipanema. Aí dei de cara com o bom Home, último disco da banda com a Anneke (agora eles já estão com outra), pela bagatela de 12 reais nas Lojas Americanas.

Home (2006), The Gathering.

E confirmou-se a impressão inicial: nada de heavy metal. A banda tem o problema de soar sempre parecido, ainda que bem, o que pode ser um pouco monótono às vezes (talvez os fãs da fase prog do Radiohead possam apreciar mais esse lado). O semi-acústico ao vivo, Sleepy Buildings, me remete em alguns momentos a um Renaissance. Mas não há nada desse progressivo clássico no pretensioso (pois quase todos os discos duplos o são, principalmente em CD) How to measure a planet? Esse disco é a cara do progressivo moderno, com muitos barulhinhos permeados pelo canto de Anneke. Só mesmo os “die-hard” fãs do gênero podem explicar a razão de uma faixa de 28 minutos de plim-plóins. E por que seus fãs continuam sendo os cabeludos metaleiros (principalmente os chilenos) dos primeiríssimos álbuns? Sei lá, talvez porque a banda seja boa, oras.

How to measure a planet? (1999), The Gathering.

Air (2007), Agua de Annique.

Em tempo: Anneke toca no Rio dia 6 de junho, no Estrela da Lapa, com Danny Cavanagh, em um show acústico.

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