Coincidência ou não, o fim da Guerra das Malvinas marcou o início da Era de Ouro do rock argentino. Considerando o início do BRock, a data parece mais relacionada ao movimento musical internacional, com o New Wave e o pós-punk, do que ao fim do regime militar argentino já em 1983. O mais inusitado é que o primeiro protagonista desses novos tempos tenha sido justamente o último ídolo surgido nos velhos tempos: Charly Garcia.
Ao longo dos anos 80, Charly emplacou quatro álbuns de grande impacto. Em 1982 lançou Yendo de la cama al living, emplacando a faixa-título, com participação de Nito Mestre (ex-parceiro do Sui Generis), e Yo no quiero volverme tan loco, com participação de León Gieco. O álbum também conta com participações de Pedro Aznar (ex-companheiro do Serú Girán) e Spinetta.
Com embalagem eletrônica típica dos 80, Clics Modernos não tem nenhuma grande canção de destaque, mas funciona bem no conjunto, sendo considerado um dos melhores do pop/rock argentino. Particularmente, prefiro o álbum seguinte, Piano Bar (1984), que apresenta o hit Demoliendo Hoteles, no qual lida com sua própria fama (justificada) de artista temperamental. O álbum conta com a participação de Alfredo Toth (ex-Los Gatos) e um jovem Fito Paez.
Depois de uma tentativa frustrada de álbum conjunto com Spinetta (que acabou o fazendo com Fito Paez) e outro, concretizado, com Pedro Aznar, Charly lança Parte de la religión somente em 1987, considerado por parte da crítica como seu melhor álbum. Ele toca quase tudo no disco, fora algumas participações especiais, com David Lebón (ex-Serú Girán) tocando guitarra em duas faixas, Paula Toller e Os Paralamas do Sucesso. Ou seja, já em 87 Herbert e Cia flertavam com os roqueiros hermanos.
Nesses anos, Charly tinha uma banda para acompanhá-lo nos shows, da qual se destacam o baixista Cachorro Lopez, um jovem Andres Calamaro nos teclados e, fazendo backing vocal, Fabiana Cantilo, então esposa de Fito Paez.
Parte de la religión eu deixei escapar na minha coleção, mas tenho os dois álbuns seguintes, Cómo conseguir chicas, de 1989, e Filosofía barata y zapatos de goma, de 1990.
Cómo conseguir chicas é uma espécie de álbum de sobras desde a época do Sui Generis, que conta com a participação de Herbert Vianna, L. Shankar, Fabiana Cantilo e Claudio Gabis (ex-Manal). Herbert participa da faixa Zocacola, uma homenagem à esposa brasileira de Charly, que o deixa pouco depois.
Filosofía barata y zapatos de goma foi o álbum da ressaca da separação, no qual Charly contou com o apoio dos amigos Andres Calamaro, Nito Mestre, Fabiana Cantilo, Gustavo Cerati (do Soda Stereo) e Pedro Aznar.
Contudo, ambos os álbuns mostram uma fadiga de material. Como comecei a ouvir sua carreira solo justamente por estes discos, cheguei a pensar que sua fama como solista era exagerada, até encontrar num sebo uma edição empoeirada de seu MTV Unplugged de 1995, que serve muito bem como álbum introdutório de sua obra.
De fato, os anos 90 não foram muito bons para Charly, que enfrentou problemas de saúde e se escorou em parcerias com Pedro Aznar e Mercedes Sosa. O disco mais conceituado do período é Say no more (1996).
Outro artista influente no início do rock/pop dos 80 também é das antigas. Miguel Abuelo retorna dos EUA e reconstrói a sua banda Los Abuelos de la Nada. A banda participou do impulso inicial do rock nacional nos anos 60, mas se dispersou após o primeiro single. Na época, contava com Claudio Gabis, que viria a ser guitarrista do Manal, e Pappo, que viria a integrar Los Gatos e Pappo’s Blues.
A nova formação contou com Cachorro López, Daniel Melingo (cantor de tango e saxofonista que havia tocado com Milton Nascimento), Gustavo Bazterrica (ex-guitarrista de La Máquina de Hacer Pájaros), o baterista Polo Corbella e Andres Calamaro. Calamaro, em início de carreira, também fazia parte da banda de apoio de Charly Garcia, que era o produtor musical do grupo. Bazterrica e Calamaro dividiam os vocais e as composições da banda com Abuelo.
O som da banda tem bastante suingue, com muita percussão e guitarra funkeada. A música de trabalho do primeiro álbum homônimo bomba nas rádios argentinas, No te enamores nunca de aquel marinero Bengalí. Do mesmo álbum sai a primeira composição de sucesso de Andres Calamaro, Sin Gamulán.
Ao longo da curta carreira, Los Abuelos de la Nada emplacam mais dois grandes hits, Mil Horas e Costumbres Argentinas, ambas de Calamaro. No início de 85, Bazterrica sai, e no final do ano foi a vez de Calamaro e Cachorro Lopez. A banda continuou completamente modificada até a morte de Miguel Abuelo de AIDS em 1988.
Os primeiros álbuns solos de Andres Calamaro apresentam um pop/rock comercial bem medíocre, não dando ao artista o mesmo reconhecimento que a sua passagem por Los Abuelos de la Nada. Mais relevante no período foi seu trabalho como produtor das bandas Enanitos Verdes e Los Fabulosos Cadillacs.
Em 1989, junto com o amigo Ariel Rot, guitarrista argentino radicado na Espanha, gravou seu primeiro grande álbum solo, Nadie sale vivo de aqui, um sucesso de crítica. A começar pela faixa-título, de um minuto e meio, o disco é uma série de faixas curtas, cuja maior duração não chega a 4 minutos. Mas devido à grave crise econômica pela qual passava o país, o reconhecimento do meio musical não correspondeu a um sucesso comercial. Desapontado, Calamaro segue com o amigo Ariel para tentar a vida na Espanha. Lá, os dois montam a banda Los Rodriguez, que revolucionam a cena rock espanhola e se transformam em banda-referência do rock hispânico. Mas sobre essa fase eu entro em mais detalhes quando falar sobre a Espanha.
Após o fim de Los Rodriguez, Calamaro retorna a Buenos Aires e retoma a sua careira solo. Sua reestreia é em grande estilo. Alta Suciedad (1997) não só é seu melhor trabalho como um dos melhores álbuns do pop/rock argentino, e integrou meu Top 20 dos anos 90. Desfilando uma série de sucessos, como a polêmica Loco, Flaca, Media Verónica e Crímenes Perfectos, o álbum flerta com gêneros mais populares em Donde manda marinero e El novio del olvido, com o blues em El tercio de los sueños, e brinca com a mitologia roqueira em Elvis está vivo.
Entretanto, o sucesso na carreira coincidiu com uma crise pessoal: sua esposa o trocou pelo velho amigo Charly Garcia. Se o troca-troca de casais era bastante comum nos anos 60/70, seja entre os artistas ingleses ou entre os argentinos, Calamaro não levou a traição nos anos 90 na boa. Portanto, nada de convidar Charly e Calamaro para o mesmo palco, problema com o qual o amigo em comum Fito Paez tem de lidar.
A ressaca emocional fez Calamaro mergulhar no trabalho. Assim, seu álbum seguinte, Honestidad Brutal (1999), foi um CD duplo, com 37 faixas no total. O problema é que, ainda que metade das canções tenham lá sua qualidade, o segundo CD quase todo acrescenta pouco ao álbum, no qual se destaca um cover do tango Naranjo em Flor. Mesmo o primeiro CD tem aquelas faixas com inevitável cara de tapa-buraco. Dessa forma, Calamaro, na ânsia de exorcizar seus demônios, perdeu grande chance de fazer um disco (simples) extraordinário. Mesmo assim, o álbum contém algumas de suas músicas mais significativas: Paloma, Cuando te conocí, Te quiero igual, La parte de adelante e Clonazepán y circo. Tem ainda a divertida Maradona e ótimo tango Jugar con Fuego, composto junto com Mariano Mores, famoso compositor de tango.
No ano seguinte, Calamaro perde de vez a linha, lançando o álbum quíntuplo El Salmón. A egotrip inclui muitos covers e algumas versões alternativas. A maior parte do material do segundo ao quinto disco não conta com um acabamento muito rigoroso, seja nos arranjos, nas letras ou sequer na execução. Se Honestidad Brutal poderia ter sido um ótimo álbum simples, El Salmón poderia ter sido um excelente álbum duplo. O primeiro CD contém canções emblemáticas como Días distintos, Tuyo siempre, Ok perdón, Horarios Esclavos, All you need is pop e um cover do tango Cafetín de Buenos Aires, de Mariano Mores e Discépolo. No material adicional, destaque para os covers de Durazno Sangrando, sucesso de Spinetta da época do Invisible, o tango Malena, e para a versão soul de No se puede vivir del Amor.
Compreensivelmente esgotado artisticamente, Calamaro dá um tempo e só retorna em 2004 com um álbum de covers de canção popular, com uma embaraçosa versão de A Distância, de Roberto Carlos, e apenas três composições próprias, das quais La Libertad e Estadio Azteca são as melhores faixas do disco.
Depois de uma extensa turnê que marca seu retorno aos palcos após seis anos, Calamaro lança um disco de tango, Tinta Roja. Apesar de ser muito bem recebido pela crítica, considero as incursões avulsas no gênero superiores às do álbum, semelhante ao que acontece com os covers internacionais de Caetano Veloso em relação aos álbuns inteiramente dedicados a eles.
Neste século, Calamaro se tornou uma espécie de figura onipresente na cena musical argentina, a ponta de uma banda de rock colocar em seu CD o aviso “este disco não teve a participação de Andres Calamaro”. Os álbuns seguintes carecem de relevância, exceto por La Lengua Popular (2007), um de seus melhores álbuns, que lhe garantiu o Grammy Latino de 2008. É uma boa coleção de faixas, especialmente Carnaval de Brasil, Mi Gin Tonic e La mitad del amor.
Com o passar dos anos, não apenas o visual do artista faz lembrar Bob Dylan, mas também a sua voz cada vez mais esgarçada.
Entre as carreiras solo iniciadas nos anos 80, a que alcançou maior destaque a longo prazo talvez tenha sido a de Fito Páez. Como cantor, sua voz sempre me soou um tom acima do adequado, mas a sua capacidade musical acabou por me conquistar.
O cantor, com seu inseparável piano, debuta em 1984 com o álbum Del 63, uma referência ao ano de seu nascimento. A faixa-título tem uma bela letra, mas o álbum é mal produzido. Pra se ter uma ideia, eu conheci a canção numa coletânea. Quando ouvi o disco original pela primeira vez, achei que o meu CD estava com defeito. Outro destaque do álbum é Rumba del piano.
O álbum seguinte, Giros (1985), tem produção bem superior, mas igualmente irregular. A faixa-título é uma linda mistura do pop com o tango. Outro destaque é 11 y 6, com participação de Pedro Aznar. No ano seguinte gravaria seu álbum em conjunto com Spinetta.
Os álbuns de Fito nos anos 80 mostra um artista oscilando entre o pop e o rock, sendo Ciudad de pobres corazones, de onde saiu a música Track Track, o seu álbum mais roqueiro. Mas conheci Fito Páez antes da apresentação dele, via Paralamas, ao público brasileiro. Foi no filme Sur, de Fernando Solanas, onde faz uma ponta de roqueiro-celebridade que “pega” a amiga da protagonista.
Apesar de já ter alcançado notoriedade nos anos 80, é nos anos 90 que Fito Páez estoura internacionalmente e supera o amigo Charly Garcia como grande astro do pop/rock argentino. El amor después del amor (1992), que entrou no meu Top 20 dos anos 90, é o melhor álbum do artista e um dos melhores da discografia argentina. Com participação de Charly Garcia, Fabiana Cantilo (já como ex-esposa), Andres Calamaro, Mercedes Sosa, Spinetta, Ariel Rot e Celeste Carballo (cantora de blues). É uma coleção de hits: a faixa-título gospel, Pétalo de sal, Un vestido y un amor, Tumbas de la gloria, La Rueda Mágica, Brillante sobre el mic, Dos dias en la vida. Ainda assim, considero um álbum com mais baixos do que Alta Suciedad de Calamaro. Mas é cabeça com cabeça os meus dois discos argentinos preferidos.
Nesse álbum, Fito alcança a mistura ideal para o seu pop/rock, com tendência mais assumidamente pop. Mas ele não chegou a isso da noite pro dia. O álbum anterior, o bom Tercer Mundo (1990), já apontava nessa direção. Contudo, ao tentar manter a fórmula no álbum seguinte, Circo Beat (1994), decepciona um pouco. Talvez a expectativa fosse demasiada. Mas o álbum traz o hit Mariposa Tecknicolor.
O projeto seguinte representou um grande revés, o dueto com o cantor espanhol Joaquín Sabina. Enemigos Íntimos é mais do que o título do álbum, é um resumo da falta de química que rolou no estúdio. A incompatibilidade foi tanta que a turnê, já agendada, foi cancelada. Apesar de tudo, o álbum produziu o sucesso Llueve sobre mojado, e também ressalto Delirium Tremens, talvez por razões mais cervejeiras do que musicais.
Fito volta à forma no final da década, com Abre (1999), com o sucesso Al lado del camino, e Rey Sol (2000), o qual, ainda que desprovido de grandes hits, considero a melhor sequência musical para El amor después del amor. Na época, Fito havia adotado um filho com sua segunda esposa, Cecília Roth, atriz e irmã de Ariel Rot, de quem se separou no ano seguinte.
Neste século, Fito entrou numa vibe mais intimista, tipo voz e piano, que rendeu o excelente álbum ao vivo No sé si es Baires o Madrid, que já comentei aqui. Nesse show, gravado em Madri, participam vários artistas espanhóis ou radicados no país. A participação de Joaquín Sabina cantando Contigo exala mais cumplicidade do que qualquer uma das 14 faixas de Enemigos Íntimos.
Recentemente, Fito vem buscando desafios, impondo temas para cada álbum (covers, amor, sordidez, homenagens) em intensa produção.
Soda Stereo foi um trio de pop/rock, formado por Gustavo Cerati (voz e guitarra), Zeta Bosio (baixo) e Charly Alberti (bateria) que causou furor no continente ente 1984 e 1997, ocasião de seu último concerto, no estádio do River Plate. É possível que a banda tenha recebido influência de bandas como The Police, Talking Heads, Television e coisas do gênero no início, mas o resultado no final soa mais como um Duran Duran portenho (com melhores resultados, particularmente o trabalho de guitarra de Cerati).
A influência da new wave já fica evidente no disco de estréia, produzido por Federico Moura, do grupo Virus, então principal referência new wave da Argentina. O álbum já emplaca logo de cara uns quatro hits: ¿Por qué no puedo ser del Jet-Set?, Te hacen falta vitaminas, Un misil en mi placard e Sobredosis de TV.
O álbum seguinte, Nada Personal, já busca maior diversidade sonora, destacando-se nesse sentido Cuando pase el temblor. A turnê pelo continente faz sucesso considerável no Chile e no Peru. Tal sucesso foi consolidado e abrangido nas turnês dos dois álbuns seguintes, chegando ao México.
É em 1990 que o Soda lança o seu álbum mais emblemático, Canción Animal, que leva a banda à Espanha. Daqui saiu o maior sucesso do grupo, De música ligera, que ganhou uma excelente versão fiel do Paralamas e uma com a letra totalmente alterada do Capital Inicial, rebatizada como A sua maneira.
A troca de gravadora no auge do sucesso e a opção por uma maior experimentação fizeram a banda perder um pouco o pique. Mas ainda tiveram tempo de, em seu último disco, Sueño Stereo (1995), emplacar o sucesso Ella usó mi cabeza como un revólver.
Em 1996 gravaram um histórico MTV Unplugged, que recebeu o título de Comfort y música para volar. Trata-se, na minha opinião, da melhor exibição instrumental do trio (com músicos convidados), dando profundidade e sofisticação a seus sucessos.
Gustavo Cerati morreu em 2014 por complicações de um AVC sofrido quatro anos antes. Sua carreira solo contou com a inércia positiva de ser um popstar consagrado.
Los Fabulosos Cadillcs é uma banda de ska punk que se manteve em atividade contínua de 1985 a 2002, retornando depois por breves períodos. É impossível ouvir faixas como V Centenario sem lembrar imediatamente de Mano Negra, a banda franco-hispânica liderada por Manu Chao. Só que o grupo liderado por Vicentico é mais antigo e mais chegado à música popular. Ambos provavelmente se inspiraram nas bandas inglesas que mesclaram o punk com os ritmos caribenhos, como The Specials e o próprio The Clash. Aliás, o grupo tem uma boa versão para Revolution Rock, faixa do London Calling. A mesma crise econômica que levou Andres Calamaro à Espanha levou os Fabulosos Cadillacs aos Estados Unidos, passando por um breve período de ostracismo. Em 92 dão a volta por cima com o álbum El León, e chegam à consagração com Vasos Vacíos (1993), uma compilação na qual a maioria das faixas receberam nova versão. O título é tirado do duo com a Rainha da Salsa, a cubana Celia Cruz.
Sumo foi uma banda de rock alternativo que lança seu primeiro disco em 1985, o Divididos por la felicidad, título em homenagem à banda Joy Division. A influência do grupo britânico ganha contornos trágicos em 87 com a morte do vocalista, Luca Prodan, de cirrose. A banda se dividiu e um dos “filhotes” obteve bastante sucesso, a banda Divididos, fundada no ano seguinte por Ricardo Mollo (guitarrista) e Diego Arnedo (baixista). É difícil estabelecer um estilo para os Divididos, que vai do folk ao hard rock. Dá apenas pra dizer que sabem pesar o som quando querem. A banda continua em atividade, mas reduziu radicalmente suas atividades após 2002.
Os Enanitos Verdes, apesar de formada em 1979, só debutou discograficamente em 1984. Com um pop/rock típico dos anos 80, semelhante ao produzido no Brasil, a banda fez bastante sucesso até 1989, quando Marciano Cantero sai em carreira solo. Mas a banda retornou em 1992 e continua em atividade.
Outras bandas relevantes surgidas no período, mas que não tive a oportunidade de conhecer, são:
Los Ratones Parnoicos, de estilo mais Stones, surge em 1986 liderados por Juanse. Abriram para os Rolling Stones na turnê de 1995 e conseguiram tocar com Mick Taylor. A banda terminou em 2011.
Vírus, banda de new wave que lançou sete álbuns ente 1981 e 1989. Seu líder, Federico Moura, morreu de AIDS em 88, sendo substituído por seu irmão no último álbum. A banda retornou em 94, mas com baixíssima produtividade.
Patricio Rey y sus Redonditos de Ricota é considerada uma das mais influentes do período, buscando fugir do circuito comercial, fazendo poucas concessões ao mainstream e à mídia. Montada em 1976, só obteve popularidade (na base do boca a boca) nos anos 80. De certa forma, lembra muito o que o Ira! tentou ser em seu início. Seu primeiro álbum, Gulp!, foi lançado apenas em 84. A contraposição de estilos criou uma rivalidade entre os fãs do Ricota e os fãs do Soda Stereo. Encerrou suas atividades em 2001.